Podcast 12 - Esportes

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Pilotos aceitam cockpit fechado, Massa e Hamilton apoia a ideia

Brasileiro da Williams e inglês da Mercedes afirmam que mudança é válida se for boa para a segurança de todos. Times do grid, porém, já rejeitaram a medida no passado


Cockpit fechado já foi rejeitado por dificultar remoções em casos de incêndios (Foto: Divulgação/Site Oficial da Fórmula 1)Cockpit fechado já foi rejeitado por dificultar remoções em casos de incêndios (Foto: Divulgação/Site Oficial da Fórmula 1)
O velório de Jules Bianchi, na última segunda-feira, em Nice, na França, mexeu com o emocional dos pilotos da Fórmula 1. Após ficar nove meses em coma por causa de um acidente no GP do Japão no ano passado, o francês foi o primeiro competidor da categoria a morrer na pista depois de Ayrton Senna, em 1994. Apesar de o hiato de 21 anos sem acidentes fatais ter sido o maior da história da F-1, Lewis Hamilton e Felipe Massa foram dois dos competidores do atual grid que se manifestaram para demonstrar preocupação com a segurança, levantando a hipótese de os carros utilizarem o cockpit fechado no futuro.
Felipe Massa - Williams - em coletiva de imprensa do GP da Hungria (Foto: Getty Images)Felipe Massa - Williams - em coletiva de imprensa do GP da Hungria (Foto: Getty Images)
- Não sou totalmente contra. Se for melhor para todo mundo e não mudar a identidade da F-1, não haveria problema. Talvez se não fecharmos o cockpit totalmente, mas fazer algo que os organizadores sempre fazem para mudar na área de segurança. Não sou contra isso – disse o brasileiro da Williams, que reconhece o fato de a categoria ter mudado muito desde a morte de Senna.
Após o velório de Jules, no qual esteve presente, Hamilton afirmou que a categoria é um esporte cujos riscos precisam ser respeitados. O inglês da Mercedes, líder do Mundial de Pilotos, concorda com Massa, alegando que apoia a medida do cockpit fechado “se ela for positiva para a segurança e para a corrida, sem prejudicar a diversão da corrida”. 
Lewis Hamilton consola Christine Bianchi, mãe de Jules Bianchi (Foto: Reuters)Lewis Hamilton consola Christine Bianchi, mãe de Jules Bianchi (Foto: Reuters)
- Nunca serei contras mudanças positivas para segurança, Vi umas fotos da estrutura, talvez há um mês e achei bem legal. Estamos falando de aprimoramentos na segurança e imagino que em algum momento isso deve ser uma mudança para a F-1. Mas não pode prejudicar a pilotagem. Estamos aqui hoje, com saúde. Não posso dizer que era muito amigo de Jules, mas não há mais um piloto talentoso entre nós – afirmou o bicampeão.
Os pilotos da Fórmula 1 já estão em Budapeste, para a disputa do GP da Hungria, neste fim de semana. E foi no país europeu que Massa também sofreu um acidente na pista, em 2009, quando uma mola escapou do carro de Rubens Barrichello, então na equipe Brawn, e atingiu seu capacete em uma velocidade de 280 km/h, aproximadamente. Na ocasião, ainda na Ferrari, ele ficou fora do resto da temporada daquele ano. 
Felipe Massa, da Williams, no GP da Hungria (Foto: Getty Images)Felipe Massa, da Williams, já está em Budapeste para a disputa do GP da Hungria (Foto: Getty Images)
- O que ocorreu no Japão com Jules foi uma situação diferente – é algo que não consigo aceitar: um carro bateu em um trator. Aquele foi um fim de semana muito estranho, pois tivemos um tufão, pessoas pedindo para fazer a corrida em outra hora e uma bandeira vermelha logo no início da prova. Já era uma etapa diferente. Tenho certeza que, depois do acidente, muitas coisas mudaram, e as pessoas entenderam que algo precisa ser feito para que o que aconteceu lá, não ocorra mais – lembrou Massa.
Não é a primeira vez que a discussão do cockpit fechado vem à tona na Fórmula 1. Em 2013, antes do acidente de Bianchi, a Federação Internacional de Automobilismo sugeriu que canoplas ou estruturas tubulares fossem colocadas à frente dos carros, mas os times foram contra. Logo após a tragédia, o debate voltou à pauta, mas foi rejeitado por chefes sob os argumentos de que haveria dificuldades para resgate em casos de acidentes, principalmente de incêndios.
O GP da Hungria será neste fim de semana, às 9h (horário de Brasília)

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